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[Resenha] Ego e alter ego se encontram em BONDiNG

Basta ficar atento às dezenas de novidades da Netflix para esbarrar em alguma grata surpresa. Esse é o caso de BONDiNG - com o título Amizade Dolorida em português - que fez sua tímida estreia no streaming no final de abril.





BONDiNG conta a história de Tiff (Zoe Levin), uma estudante universitária que ganha a vida como dominatrix e Peter (Brendan Scannell), amigo de Tiff desde a época do colégio, gay, aspirante a comediante e que, por precisar muito de dinheiro, acaba topando trabalhar como assistente da jovem.


A série é escrita e dirigida por Rightor Doyle e já levou o prêmio de “Melhor Série Episódica” no Festival de Cinema LGBT Outfest, quando ainda era uma produção independente. Não é pra menos: é uma história divertidíssima com boas críticas sociais e, o melhor de tudo, em apenas sete episódios de, no máximo, 18 minutos cada. O ritmo não é atropelado e entrega toda a trama sem enrolação, um prato cheio pra quem dispensa séries longas que tendem a virar um verdadeiro novelão.


BONDiNG coloca na tela diversos tabus, como o machismo, o papel da mulher na sociedade, amizades interdependentes, sexualidade e confiança, tudo de um jeito bem original. Tiff não é a protagonista mais simpática do mundo - e quando você entende o porquê, acaba gostando ainda mais dela - e Peter foge do estereótipo de melhor amigo gay rico e cheio de firulas.




Uma das maiores questões da série acaba sendo o tema da tese universitária da protagonista: a relação entre ego e alter ego. Afinal, a Tiff que os colegas de classe conhecem - ranzinza, de poucas palavras - não tem nada a ver com a Mestra May, seu alter ego de dominatrix - extremamente confiante. O que nos leva a pensar sobre quem somos, quem mostramos ser e como gostaríamos que as pessoas nos vissem.


Além disso, a série também fala sobre assédio sexual em uma sequência de cenas que faz o coração bater mais forte e cheio de sororidade. BONDiNG é uma aula sobre confiança, personalidade, aceitação e relacionamentos, sejam eles amorosos ou não. Vale a pena colocar na lista!


Por: Talita Pauletto

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