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CCXP19: conheça Brendda Maria e sua HQ Cais do Porto, lançada no evento

A CCXP19 passou que nem um furacão e é hora de colher os frutos do maior evento geek do mundo. Quem acompanha a Bat nas redes sociais viu o que rolou de mais legal por lá e, agora, falaremos sobre uma das artistas que conhecemos em uma das áreas mais incríveis da expo: a Artist’s Alley.



Foi amor à primeira vista quando vi pipocando pelo Twitter o Cais do Porto, HQ da Brendda Maria, que esteve no evento com a publicação e várias outras artes. Anotei no meu caderninho e fui direto na mesa dela. Fui recebida com muita simpatia e não deu outra, Cais do Porto me encantou do começo ao fim! Mas logo falo mais dele, isso porque a autora topou conversar com a gente sobre sua carreira, a CCXP e, claro, sobre seu lançamento.


Brendda é cearense, nasceu em Aracati, litoral leste do estado, e se mudou para Fortaleza para estudar moda na federal do Ceará. É também na capital que é ambientada a história de Cais do Porto. Assim como nós, a Batfamily teve bastante influência para que a ilustradora se interessasse por quadrinhos.


“Meu contato com quadrinhos começou com o desenho do Batman. Eu queria muito saber o que acontecia com a Batgirl fora da série animada, então eu li as HQs da Gail Simone sobre a personagem, depois li Sandman, alguns mangás, e, por fim, conheci várias meninas que faziam quadrinhos no Brasil”, conta.


Sobre carreira, antes de começar suas próprias histórias, Brendda atuou como colorista. “Trabalhei num projeto da UFC (Federal do Ceará) com quadrinhos de viés educacional, como colorista, entre 2012 e 2016. Em 2015 eu publiquei meu primeiro quadrinho com a Débora Santos - Como Sobreviver a Terra da Luz - e em seguida vieram mais dois impressos: Silêncio e Manual de Sobrevivência a Vida Adulta.”



A experiência na CCXP



A história com a CCXP também não é nova, Brendda participou da CCXP Tour em Recife, depois da CCXP em 2018 e também este ano. Ela diz que o evento intensifica sentimentos e sensações. “Interagir com o público é maravilhoso. Tem gente que acompanha seu trabalho há tempos e já chega na mesa trocando uma energia maravilhosa contigo. Tem gente que se surpreende ao te conhecer, que te enche de elogios. Posso afirmar que nos sentimos muito queridos.”


Além disso, ela aponta que o reencontrar amigos quadrinistas é o ponto alto da expo. “Esse ano tive o prazer de estar ao lado dos lindos Hector Lima, Pablo Casado e Talles Rodrigues. A companhia deles aliviou muito o peso de ficar várias horas trabalhando no evento. Outra coisa maravilhosa foi ficar pertinho da Rebeca Puig, que é minha amiga há anos. Vir para a CCXP me proporciona momentos gostosos com quem eu amo e só consigo ver poucas vezes ao ano, por morar no Ceará”, conta.



As inspirações e o processo criativo de Cais do Porto



Sobre Cais do Porto, Brendda conta que, por um bom tempo, observou mudanças nas pessoas que chegavam em Fortaleza e, assim como ela, iam se tornando o que queriam ser. “Fui muito bem acolhida e sentia que poderia retribuir esse acolhimento de alguma maneira. Na CCXP18 eu decidi que meu próximo título falaria sobre o amor que tenho pela cidade. Então comecei a conversar com amigos que vieram de outros estados pra morar em Fortaleza ou que nasceram aqui e foram morar fora para tentar perceber que outros sentimentos as pessoas tinham sobre a cidade. Eu somei esses depoimentos e as respostas da caixa de perguntas que fiz no Instagram, sobre que tipos de sentimentos Fortaleza despertava nas pessoas, além das fotos que tirei da janela do ônibus, e a história foi tomando forma.”


Brendda também conta que as personagens principais, duas amigas de longa data que não se veem há muito tempo, surgiram para sintetizar sentimentos e vivências distintas, ao mesmo em que são empáticas uma com a outra. Apesar do tema e da ambientação serem familiares, a quadrinista comenta que o roteiro foi a parte mais difícil do processo.


“Meus projetos anteriores tiveram narrativas voltadas apenas pra um personagem. Dar dimensão e conflito para duas protagonistas fez com que eu desafiasse minhas habilidades com roteiro. Cresci bastante ao ler dois livros de artistas brasileiros enquanto construía o roteiro: Guia Mais do Que Básico de Roteiro Para Você Criar sua Próxima História em Quadrinhos, da Mylle Silva; e Como Escrever Histórias, do Raoni Marques. Ambos têm linguagem leve e ajudaram a destravar em momentos de desespero”, acrescenta.


Ela também acredita que descentralizar os cenários onde as histórias em quadrinhos passam é importante para que cada vez mais pessoas se sintam parte do que é produzido, gerando identificação.


Além disso, Brendda já tem uma ideia sobre os próximos projetos. “Tenho duas ideias começando a se desenvolver. Eu quero desenhar algo com garotas mágicas e cores ainda mais vibrantes, mas acho que preciso descansar um pouco antes de engatar os próximos desenhos. Em janeiro, quem sabe, eu não trago novidades?”, adiantou, nos deixando com gostinho de quero mais.


Para finalizar, a cearense deixou um recado para as artistas brasileiras, lembrando que suporte e apoio são essenciais para ir mais longe. “Sejam mais carinhosas com vocês mesmas. Acreditem mais em si. Tenham amigas, grupos de suporte. Façam terapia para se conhecer mais. Foi isso que me manteve firme. Minha melhor amiga/irmã, a Manu, acreditou em mim até quando eu pensei em desistir de desenhar, em 2017. Somos acostumadas a olhar pra outras mulheres como concorrentes, mas não precisa ser assim. Abracem outras mulheres e a si mesmas. Só com apoio mútuo a gente consegue se fortalecer para tentar driblar as tretas de todos os dias.”


Ficou curioso e quer saber mais? Siga a Brendda no Instagram (@drawbrendda) e acesse o Medium para conhecer mais do trabalho dela e comprar seus produtos, como o incrível Cais do Porto. Apoie os artistas brasileiros!


Por: Talita Pauletto



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