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[crítica] Aranhas unidas em Homem-Aranha no Aranhaverso

Homem-Aranha no Aranhaverso é um longa animado produzido pela Columbia Pictures e Sony Pictures Animation em associação com a Marvel Entertainment com roteiro de Phil Lord e Rodney Rothman. E simplesmente ganhou o Globo de Ouro na categoria melhor animação. Não é pra menos, esse filme é um dos melhores protagonizando o cabeça de teia, além de proporcionar visuais belíssimos, cenas empolgantes e um traço próprio. O estilo único que conseguiram desenvolver misturando pop art, camadas em 3D, sombreados de quadrinhos, desenhos manuais, cores vibrantes… É realmente digno de prêmio!

Acho que uma das coisas mais óbvias de se dizer depois de assistir ao filme é que ele é um quadrinho na tela de cinema ou na tv, mas não qualquer quadrinho. Ele é do tipo que você compra e devora no mesmo dia, sem nem ver a hora passar e ainda quer mais. A própria animação faz referências a todo momento ao universo de quadrinhos, com algumas cenas contendo balões narrativos ou imitando cortes espalhados numa página de revista. Toda essa dinâmica empolga e encanta. Para completar, o humor está maravilhoso, a música se encaixa perfeitamente e a história é amarradinha.




Estamos no universo Ultimate de Miles Morales, um garoto comum e talentoso do Brooklin que precisa se adaptar à um novo colégio de elite. Miles cresceu filho de um policial e sobrinho de um marginal/malandro das ruas, e essas duas vertentes parecem confundir a cabeça do jovem. Obviamente ele deseja permanecer ao lado da lei, mas há certa rebeldia em seu coração. Numa de suas visitas ao tio, Miles é levado para um lugar restrito aos túneis do metrô, lá é incentivado a produzir sua arte como grafiteiro. É então que tem um encontro com uma aranhazinha que termina com uma picada em sua mão. Naquele momento, age com indiferença. Mal sabia que através dessa mordida recebida, conseguiu os poderes do espetacular Homem-Aranha (não sei se isso chega a ser uma crítica, mas poderiam ter contado mais sobre essa aranha modificada, talvez seja algo para próximos filmes, pois ela surge muito aleatoriamente, apenas há menção à sua origem no começo do filme com o número 42 piscando bem grande na tela, referência direta ao número da aranha experimental da Oscorp nas HQs). 

A partir daí a aventura de Miles se inicia. Ele precisa aprender a usar suas novas habilidades como Homem-Aranha, e ninguém melhor para ensiná-lo do que Peter Parker, que está bem experimente no assunto (experiente e barrigudo). Herdando a missão de frustrar o perigoso plano do Rei do Crime, que almeja usar um acelerador de partículas para abrir o multiverso e usar para fins pessoais, Miles tem ajuda de outros Aranhas que acabaram sendo transportados de suas dimensões paralelas e agora precisam achar um modo de retornar para a casa. São eles: Spider-Gwen (a misteriosa garota do colégio de Miles), Homem-Aranha Noir (um herói de um mundo preto e branco), Penny Parker (uma garota do Japão inspirada em traços de anime que possui um robô-aranha) e Porco-Aranha (sim, um porco-aranha, claramente inspirado em um desenho dos Looney Tunes ou algo do tipo).



A trama não é algo grandioso, apesar de conter riscos consideráveis caso o plano dos vilões dê certo, mas é satisfatório. O acerto principal está nos personagens e na relação entre eles (destaque para a tocante relação de Miles e seu pai, e pelo indício de romance entre Miles e Gwen), e de como ser um herói pode ser inspirador e ao mesmo tempo assustador. É um filme sobre crescer, sobre aguentar cair para depois se levantar. Esse, aliás, é um dos principais ensinamentos que há na aventura. “Eu sempre me levanto”, disse Peter Parker ao se encontrar com Miles. E é preciso frisar o quanto é de arrepiar quando o Homem-Aranha aparece pela primeira vez e interrompe sua missão sem hesitar para salvar alguém em perigo, no caso, Miles. Essa cena onde os dois se conhecem e se veem como iguais é sensacional!

Os vilões também estão incríveis e com uma presença animalesca, como é o caso de Escorpião e Duende Verde. Mas mesmo no meio de tantos vilões clássicos, Gatuno/The Prowler se destaca. Ele é com certeza o melhor antagonista desse filme, e o mais complexo. Sempre amedrontador e letal em qualquer cena que surge, esse vilão surpreende de um jeito fenomenal, sendo até perturbador por conta de sua trilha sonora que imita sons de alarme, como se quisessem dizer “cuidado, perigo iminente”.

E se você gosta de referências e easter eggs do mundo do teioso, vai amar pescar cada uma que passa voando na tela. Por isso, não vou indicar todos, mas se prepare para rever o Homem-Aranha na sua fase emo dançando pelas ruas, o cabelo loiro de Ben Reilly, sem falar no Aranha-Móvel, clássico bug personalizado das HQs. E claro, temos a adorável participação de Stan Lee com uma de suas frases de encher os olhos.

Finalizando, é um filme para toda a família. Uma animação feita com esmero para o fã do miranha, e com uma ótima ideia para expandir cada vez mais o universo grandioso do mesmo. (Sony, me escute, deixe os live-action com a MCU e vá lucrar muito com esse novo achado!) Há tantos personagens incríveis que podem ser utilizados, tantas aventuras! Recentemente o Aranhaverso teve uma saga de 26 volumes nos quadrinhos, vamos aproveitar! Aliás, há uma surpresa na cena pós-crédito que só me dá esperanças que o melhor ainda estar por vir. Nem que eu tenha que esperar até 2099 para assistir!

Agora, que cena memorável foi aquela do Miles finalmente vestindo o próprio traje e se lançando do alto de um arranha-céu, em? A música, o ritmo, a energia! Estupendo! Épico demais! Em algum momento dessa cena você será o Homem-Aranha junto de Miles, pode ter certeza.

Como irá saber quando? Você não vai. Vai sentir.

Nota: 4,8



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