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[Resenha] Aladdin- A reinvenção de um clássico

É de conhecimento geral que Aladdin ganhou sua versão live-action, estreando no dia 23 deste mês e claro que nós fomos conferir, aliás eu já estava esperando por esse filme há muito tempo, desde o lançamento da versão da Cinderela. A cada novo trailer, imagem e teaser promocional minhas expectativas oscilavam, ora achava maravilhoso, ora achava que o novo filme não iria conseguir passar a riqueza da animação… Bem, eu estava enganada. Todas minhas expectativas foram excedidas, conseguiram reinventar a história mantendo seu legado.



Como disse, eles reinventaram o clássico, adicionando algumas coisas ( não vamos dar spoiler, mas quando forem ver vão entender), alterando outras, e eu tinha muito medo disso, medo dessas mudanças tirarem a essência da história. Contudo, fui surpreendida no cinema do início ao fim, porque as alterações não estragam o filme, apenas acentuam ainda mais a beleza da história, dando mais cenas a alguns personagens, nos oferecendo pontos de vista diferente da história o que enriquece ainda mais o enredo. A exemplo disso temos Dália, a serviçal de Jasmine, a sua inclusão na história é de total importância por vários motivos, visto que com ela a princesa se abre e tem a oportunidade de se expressar, como se fosse uma conversa entre amigas, algo diferente da animação, já que nela Jasmine é a única figura feminina. Isso é excelente, porque ao longo do filme há vários pequenos núcleos girando em torno do núcleo central e no fim todas essas “mini narrativas” são fechadas e amarradas num final espetacular, tornando a história nada cansativa, mas envolvente e empolgante, você fica vidrado o filme inteiro.



Nessa ideia de dar mais cenas a alguns personagens, temos o belíssimo empoderamento da Jasmine. Ela sempre foi uma princesa a frente, querendo casar por amor, querendo ter a sua liberdade e confessor que um dos meus grandes medos foi pensar que talvez isso não fosse muito bem representado nesse filme. Bem, o que fizeram com Jasmine foi realmente encantador, elevaram seu papel na história, deram voz à personagem, obtendo um verdadeiro protagonismo feminino e essa questão da “voz” ultrapassa as telas do cinema e alcança cada telespectador, promovendo uma reflexão acerca da real posição da mulher e para isso temos uma nova música que transmite com exímio toda essa mensagem. Cheguei a dizer que o filme deveria se chamar Jasmine, porque realmente ela brilha durante toda a história. As suas motivações mudam um pouco nesse filme, mas isso é completamente compreensível e plausível, posto que pontos que não foram fechados na animação e nem explorados são respondidos neste filme, trazendo uma discussão atual para esse mundo de princesas, um mundo de mulheres antes idealizadas, mas agora reais, representando a nossa luta diária, trazendo inspiração para todo o público.



Além disso, o trabalho de figurino e maquiagem ficaram perfeitos, conseguiram deixar a princesa ainda mais majestosa, completamente LINDA! Não só ela, mas todo o filme é belíssimo, as roupas da realeza em contraste com a do povo, revelando a desigualdade social que é um dos temas tratados, os pequenos detalhes que ressaltam a beleza da cultura árabe e todo o cenário ímpar, revelando a beleza singular do deserto. E claro, para acompanhar essa viagem cultural temos uma das músicas mais emblemáticas de Aladdin: Noites da Arábia, interpretada pelo grande Will Smith. Ademais, temos também a incorporação de outros aspectos culturais no filme, como as festas e bailes oferecida pelo Sultão, cenas já mostradas nos trailers, que embelezam ainda mais o filme.



Mas e o Aladdin? Bem, Mena Massoud conseguiu passar toda a genialidade do amado ladrão, expressando seu verdadeiro caráter entre tantos julgamentos, o conflito entre o dever e o poder, sendo que a questão da aceitação identitária relacionada a ambição é muito bem explorada ao longo do filme. A essência do personagem é preservada e somos levados a nos apaixonar mais uma vez pelo carismático Aladdin, torcendo pelo rapaz, rindo de suas trapalhadas e sonhando em conhecer um mundo ideal voando num tapete mágico. Essa é uma das cenas mais emocionantes e belas do filme, te faz suspirar. E falando em mágica temos um dos grandes destaques do filme: Will Smith como gênio. Só tenho uma coisa a dizer: U A U! Não tem o que reclamar, só exaltar, realmente o gênio ficou perfeito e o temor de que iria ficar estranho, ora ele azul ora ele humano, some no exato momento que ele aparece até o final do longa. Will Smith é realmente “O” gênio e esse é um dos personagens que sofre com as modificações desta versão, mas assim como Jasmine, cada mudança só contribui para deixar o personagem ainda mais amável.


Outro ponto a destacar é a trilha sonora, a Disney mantém seu padrão de perfeição e todas as músicas clássicas de Aladdin são executadas com enorme esmero, passando emoção em cada nota, você fica tentado a cantar junto. Além disso, há também os efeitos visuais que não pecam na qualidade, ainda mais aqueles responsáveis por dar vida a Abu e Iago, os adoráveis bichinhos que marcam presença, sendo responsáveis por boa parte das risadas.


Tudo parece perfeito, mas como todo filme esse também tem falhas, mas considero-as pequenas devido toda a dimensão dessa história. Uma delas é o famoso vilão Ja´Far, devido a caracterização entre outras coisas, eu particularmente gostei do desenvolvimento do vilão, realmente há diferenças da animação, mas ninguém disse que seria idêntico e essa nova versão se aproxima mais do “real”, da proposta do filme. Uma das poucas coisas que me incomodaram foi a dublagem e a articulação da boca dos atores, principalmente nas horas das músicas, mas isso são pequenos detalhes e algo até pessoal, vai de pessoa pra pessoa.



Confesso que tive dificuldade para escrever essa resenha, em parte por não poder dar spoiler— a vontade é de comentar cada cena e exaltar cada segundo— e em outra porque realmente foi difícil não passar toda a emoção de fã, não deixar me levar pelo lado pessoal. Por enquanto não vejo motivos para grandes críticas, irei ter que assistir mais vezes— e pode ter certeza que vou— mas posso afirmar a vocês que o coração de uma menininha que cresceu se inspirando em princesas como a Jasmine bateu forte durante todo o filme, me emocionei, cantei e “reapaixonei” por essa linda história. Não perca a oportunidade de conferir essa obra de arte nos cinemas, nem se deixe levar por críticas alheias. Confie. Você vai gostar.



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