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Carry On: Uma aventura apaixonante

Falar de Carry On é um tanto difícil para mim, pessoalmente, mas não por um motivo ruim. Na verdade, é exatamente o oposto. O livro escrito por Rainbow Rowell ─ que é quase uma extensão de outra obra, "Fangirl" ─ é capaz de conquistar profundamente alguém, a deixando sem palavras para responder qualquer um que pergunte o que achou da história. Os motivos? Bom, creio que isso vá depender de pessoa para pessoa.

Rainbow possui um estilo de narrativa com o qual eu nunca tive muito costume de ler, mas ainda assim, sua história é dona de um magnetismo e clareza para com os personagens ao leitor que é, simplesmente, impossível largar o livro, mesmo que a narrativa não seja do agrado pessoal de quem está lendo. Não vou mentir, toda a introdução ao universo de Carry On, localizado especialmente em Watford, uma escola de magia, é bem chatinho. Quase entediante. E confesso que só não enrolei mais de uma semana para a leitura dessa introdução porque sabia de algo que aconteceria na metade do livro, e a ansiedade para ler tal estava me consumindo por dentro. É possível até desgostar um pouco do protagonista, Simon, graças à sua mania de reclamar, reclamar, reclamar, e... reclamar. Principalmente quando o assunto é Baz, seu colega de quarto e, até então, inimigo mortal. Mas é impossível julgá-lo tanto por isso, já que, bom, a começar, ele é um adolescente. Um adolescente que foi tirado do seu mundo, colocado entre uma guerra e, pior que tudo isso, é visto como o maior instrumento de poder entre todos. Dá para entender, na verdade.


O mais especial desse livro é, na minha opinião, a questão da jornada do herói. O crescimento pessoal de Simon, no meio de toda essa confusão, incluindo o momento em que ele se descobre ─ desesperadamente ─ apaixonado por outro garoto. Ninguém mais e ninguém menos que o próprio Baz, a quem ele sempre jurou odiar tanto, e vice-versa, sendo um sentimento mútuo. A palavra-chave disso tudo é desesperadamente. É legal perceber que, nesse primeiro livro, o único preconceito quanto a esse sentimento vem deles mesmos, graças à toda sua descoberta, do que do mundo ao redor. Baz ─ que possui um nome assustadoramente grande, na realidade ─ se torna facilmente o personagem favorito de qualquer pessoa. Sua personalidade ácida e sarcástica conquista sem qualquer demora, mas isso não o torna menos incrivelmente amoroso. Carry On mostra uma face nova de Rainbow Rowell, levemente ─ e propositalmente, acreditem ─ inspirada no universo de Harry Potter. Baz, Simon e Penélope se tornam nossos melhores amigos com um toque mágico que apenas Rainbow sabe criar, o que nos dá uma sensação de que podemos contar com eles e com o que nos ensinam para qualquer situação do dia-a-dia. É uma leitura imperdível para qualquer idade, qualquer pessoa. Mago. Vampiro. Só não sente no banco da frente se já foi sequestrado por lorpas.

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