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[Resenha] “Dragon Ball Super: Broly” e o sucesso de um clássico


Dragon Ball Super: Broly, o filme, finalmente estreou em terras tupiniquins e se tornou um sucesso absoluto entre a criançada, jovens e até mesmo os mais velhos e saudosistas que cresceram com Goku e sua trupe. Tamanha audiência rendeu ao filme o recorde de ser o longa japonês mais visto em estreia nos cinemas brasileiros. E não era para menos, a marca Dragon Ball sempre esteve presente em nosso país, mas cresceu ainda mais com a recente série Dragon Ball Super, disponibilizada de forma dublada pelo Cartoon Network. Nessa nova saga, os guerreiros Z conhecem outros universos, inimigos mais perigosos e precisam ficar ainda mais poderosos para superá-los.


Bem, a aventura do filme se inicia logo após o último episódio dessa saga, mas a trama é contada muito antes de tudo isso, quando voltamos ao passado para redescobrir a história de Broly, agora um personagem canônico e um dos saiyajins sobreviventes da exterminação de Freeza.


Com roteiro original do mestre Akira Toriyama, o filme que é o vigésimo da série, com certeza é o melhor já produzido. Mas não se engane, jovem gafanhoto de primeira viagem, não é bem um filme de origem apesar de passar essa ideia sobre os três protagonistas: Goku, Vegeta e Broly. Somente Broly tem sua origem e sua vida contada a partir dali com mais detalhes, enquanto os outros há breves passagens e espera-se que o público tenha alguma noção do que aconteceu desde então. Temos aí mais 300 episódios do anime e vários volumes de mangás para se situar.


Pode-se dizer que o filme é dividido em duas partes. A primeira, o passado e origem de Broly, e a segunda parte sendo o presente e resolução da trama em si. A primeira parte é construído o enredo, provando que além de ser bastante criativo e impactante (algo normal para Toriyama),  também consegue ser coeso e coerente, algo inovador para a série Dragon Ball, afinal a história em si quase sempre ficava em segundo plano por conta das memoráveis batalhas e transformações de seus personagens. Esperava-se que fosse outra trama boba e conveniente para acontecer uma mega luta, mas não é nada disso. Na verdade, há sentido nas causas e reações, e algumas cenas de reviravoltas são um tanto que fortes e imprevisíveis, e que com certeza arregalou os olhos de muitas crianças nas cadeiras. Claro que há pretensões um tanto forçadas de alguns personagens (que o diga, Freeza), mas é o jeito oriental e bizarro de ser, e o gênero da história também permite tais estranhezas. O importante é comprar a ideia, se emocionar e sentir raiva pelos acontecimentos (o que não é muito difícil, que o diga Freeza de novo). E é muito legal ver que a trama ganha corpo ao redor dos pais dos protagonistas, Rei Vegeta, Bardock e Paragus, para que anos depois seus filhos resolvam tudo no melhor estilo Dragon Ball: porrada!


E que porradaria linda de ser ver. Quando a segunda parte do filme chega, ou melhor, quando os três protagonistas se encontram num lugar inóspito (aliás, será que Goku já guardou o que é inóspito?) aí vira festa na floresta. Não tem mais conversa, eles não precisam construir enredo nenhum, nem se preocupar em destruir o cenário ao redor. E a destruição é iminente. Broly é um guerreiro tão poderoso que é cem vezes mais perigoso por sua inexperiência em combates. Vegeta e Goku logo percebem isso, e daí se inicia uma das batalhas mais incríveis já vistas na série. A animação é de encher os olhos, com cores perfeitas no traço original do Akira. Simplesmente lindo. É arrepiante ver o quanto a animação japonesa evoluiu, o quanto aquele antigo anime assistido muitos anos atrás, se tornou algo tão fluído na tela. E ainda há efeitos especiais e visuais impressionantes. A transformação em primeira mão do Vegeta em Super Saiyadin God é a coisa mais bonita que já vi na saga. Se não fosse pelo sentimento que há nas épicas transformações de Goku e Gohan em DBZ, com certeza essa seria minha transformação favorita.


Então, o filme termina com muitas coisas em aberto. Talvez para um próximo filme ou talvez para uma nova saga de anime. Mas que precisa vir de qualquer modo. Akira Toriyama é de fato um mestre e continua numa fase espetacular de criação.


Minhas críticas negativas são pequenas à grandeza desse filme. Ficam por conta dos poucos guerreiros Z que são vistos, mas que é compreensível. Ou do inimigo nunca ter sido uma ameaça verdadeira. Ou do desfecho se tornar previsível depois de um tempo, mas muito satisfatório porque o laço criado entre telespectador e personagens permite isso de bom grado. Não há sangue ou hematomas visíveis como resultado das batalhas, o que sinto muita falta do que assistia nos anos 90, mas concebível com o mundo de hoje.


Por outro lado, é um filme que acerta muito, principalmente para o fã de carteirinha, e que surpreende com uma história fechada e muito bem contada, lutas de tirar o fôlego e cenas poderosas com situações maduras, conscientes e pesadas. Assista sem medo!


Por fim, é satisfatório ouvir a voz de Wendel Bezerra (dublador do Goku) e o quanto os dubladores brasileiros seguem com o ótimo trabalho. Mais satisfatório é ver que o próprio Wendel fez um vídeo no youtube (assista se puder) agradecendo ao público com os olhos cheios de lágrimas pelo recorde quebrado. É mesmo um prêmio para ele e para nós, fãs. Todos saem ganhando.

Assim como Goku sempre irá vencer.


É o seu compromisso.

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