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[REsenha] Duas Rainhas

Alas, o que sou? Que utilidade minha vida tem? Sou apenas um corpo, cujo coração foi arrancado. Uma sombra vã, um objeto de miséria A quem nada mais foi deixado, apenas a morte em vida.” – Mary Stuart


Confesso que sempre achei a história da batalha do trono inglês entre as duas monarcas Mary e Elizabeth um dos pontos mais interessantes da história, a qual foi uma das razões que mais me interessaram a ver o filme Duas Rainhas (orig. Mary Queen Of Scots). O outro ponto, foi a presença de duas atrizes que tem futuro gigante na indústria cinematográfica, que são Saoirse Ronan e Margot Robbie, no entanto, fico desapontada em dizer que uma das únicas razões que fazem esse filme funcionar, são elas, pois o mesmo se perde em vários desdobramentos.


Eu estava com medo de como iriam construir esse filme, já que a última tentativa que eu acompanhei de uma adaptação desse fato histórico foi na série Reign, da CW e o resultado foi desastroso. Obviamente o filme não segue o mesmo caminho, mas ainda sim tem alguns problemas graves; claro que nunca podemos exigir que o filme retrate a realidade com cem porcento de fidelidade, até por que a história está em constante mudança, porém, entretanto, todavia, o filme mostra inconstâncias em sua narrativa, exaltando demais a figura de uma e deixando a outra rainha de lado, havia uma parte do filme em que eu não aguentava mais ver Elizabeth chorar. Alguns assuntos e a forma em que alguns plots foram abordados parecem ter sido escritos de forma preguiçosa, jogando o telespectador, em certos momentos, em uma trama de novela mexicana, além de subplots completamente desnecessários e fora do foco ao que de fato o filme poderia ser: o embate entre duas rainhas, duas religiões, dois países e uma coroa.



O maior destaque vai claramente para as atuações magistrais de Saoirse Ronan, que traz toda audácia e arrogância de Mary por suas reinvindicações ao trono e as camadas mais sutis de uma personagem certamente subestimada pela história, Margot Robbie, que extremamente mal utilizada, traz uma frágil e insegura Elizabeth, que vive em constante desconfiança de tudo e todos ao seu redor por causa de ser uma mulher que possui uma coroa e de David Tennant como o pregador John Knox, que mesmo aparecendo pouco e também sendo mau utilizado, tem um papel na trama responsável por acontecimentos chave na vida da rainha Mary (mesmo que mal colocados na trama).



Já os detalhes técnicos também são show a parte: a maquiagem e o figurino, principalmente de Elizabeth, retratam bem a ideia de como era torturante a vida para a rainha, que tinha problemas sérios com a aparência, considerada grotesca, perto de sua prima, que era alta, bela e graciosa, mostrando o porquê recebeu as indicações dos mesmos ao Oscar. A fotografia e trilha sonora também são excelentes, dando o ar monárquico e ideal ao filme.


Concluindo, Duas Rainhas tinha potencial pra ser um dos melhores filmes históricos que há, mas se perdendo na narrativa e no corte do filme, transformando-se num filme ríspido, até um pouco clichê e inconsistente, mas graças as atuações das duas protagonistas, se torna um deleite de apreciar.


Por Allana Suellen


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