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Não é de hoje que a Netflix tem se dedicado em produzir filmes “adolescentes” um pouco mais pé no chão, representando personagens mais reais e com roteiros menos caricatos do que víamos no gênero nos anos 2000. A mais nova aposta do streaming é Crush à Altura (Tall Girl), que estreou na última sexta-feira (13).
Assim como acontece em Duplin’, é preciso se colocar no lugar da personagem principal para realmente entender o que o filme representa. A trama conta a história de Jodi (Ava Michelle), a garota mais alta do colégio e que, mesmo não aguentando mais as piadinhas insistentes referentes à sua altura, tenta levar uma vida comum, tentando não chamar mais atenção do que seus 1,85m já o fazem.
Com a chegada de um intercambista sueco, igualmente alto, Jodi vê a chance de finalmente ter um parceiro à altura (o trocadilho foi inevitável), mas descobre que, ao contrário do que sempre achou, ser um garoto alto tem muito mais vantagens do que desvantagens. A partir daí, o enredo clássico de uma comédia romântica adolescente toma forma: melhor amigo apaixonado, a garota bonita e popular cruel, a melhor amiga que é deixada por lado e por aí vai.
Apesar de seguir uma fórmula não muito surpreendente, Crush à Altura se destaca por fazer Jodi ganhar sua confiança de dentro para fora, não com um simples makeover, como sempre acontece. A irmã e mãe da personagem até tentam empetecar a garota, mas a transformação verdadeira da protagonista acontece em sua personalidade, não na aparência.
Falando nisso, a irmã de Jodi, a Miss Teen Harper (Sabrina Carpenter), que tinha tudo para ser uma clássica irmã mais velha debochada, acaba sendo uma das coadjuvantes mais legais do filme junto Richie, um pai amoroso que tenta a todo custo fazer a filha se sentir “normal”. Crush à Altura é sobre auto aceitação e fala, mais uma vez, de como precisamos entender a nós mesmos antes de entender o mundo a nossa volta.
Por: Talita Pauletto | Foto: Reprodução