top of page

[Resenha] Extremis

Todos nós conhecemos Tony Stark, nem que seja um pouquinho. O homem que nunca teve qualquer habilidade sobre-humana, mas se destacou entre milhares, graças à sua inteligência e, é claro, à armadura que o transformou no Homem de Ferro, um dos maiores heróis da atualidade.



Ao menos, este era o Tony Stark que conhecíamos antes de Extremis. Extremis não é apenas o arco escrito por Warren Ellis, acompanhado pelas artes impecáveis de Adi Granov. Também é um vírus. Foi publicado para inaugurar o 4° volume de The Invincible Iron Man entre 2005 e 2006, contando com seis edições. A primeira edição já começa de forma interessante. Três homens desconhecidos estão conversando em uma sala completamente vazia, até que um deles abre uma maleta, onde está uma pistola com agulhas em sua ponta. Um ajoelha-se, outro o segura e o terceiro usa a pistola para injetar-lhe um líquido. Os efeitos disso são grandes. Isso é Extremis. A história gira em torno da substância criada por Maya Hansen, cientista e velha amiga de Stark. Após o roubo desse experimento, um colega de Hansen comete suicídio e ela recorre à Tony. A substância nos é apresentada como uma tentativa daqueles cientistas de recriar o soro do supersoldado, causando um aumento dos sentidos de um humano normal, modificando-o completamente. Ellis redefine todos os nossos conceitos sobre Tony Stark. Tanto sobre Stark como um homem, dono de uma empresa multibilionária, quanto sobre Stark como um herói mundialmente conhecido. Warren aproveita o seu arco para recontar a história do Homem de Ferro, mas fazendo-o de forma genial e atual, não deixando que fiquemos entediados ao ler algo que, de certo modo, já sabemos de cór.



As mudanças interiores de Tony Stark não são apenas apresentadas com maestria nos cinemas, mas também em arcos como o de Warren Ellis. É notável o amadurecimento do personagem ao ser criticado por um grande diretor de documentários que o culpou por grande parte da dor e miséria do mundo, graças à seu envolvimento com a indústria armamentista. Tony não lhe rebate. Apenas pergunta se, com seus documentários, ele já fez algo grande pelo mundo. O homem revela não saber. Entrevistas como as apresentadas no primeiro filme da adaptação do herói foram usadas para nos sensibilizar quanto ao coração de Stark, e isso parece funcionar da mesma forma em Homem de Ferro - Extremis. Warren utiliza do arco para mostrar a versão madura e desgastada de Tony. E não apenas Warren nos estrega algo extremamente realista, como também o faz Adi Granov. Sua arte nos traz uma aproximação essencial para a história, nos fazendo entender, mesmo sem perceber, toda a ambientação, expressões faciais e formas. O detalhismo de Granov foi essencial para esse arco, e, aliás, também para a produção do primeiro filme de adaptação do Homem de Ferro, no design de sua armadura. O desfecho do arco nos apresenta a grande e principal marca do Homem de Ferro. Quando nos é mostrado que, após uma surra inacreditável, Tony Stark aplica em si mesmo o vírus Extremis, possibilitando o controle de sua armadura com sua mente, e lhe dando a capacidade de acessar de um simples aparelho celular à um satélite. O Homem de Ferro passa a ser compactada dentro dos ossos de Tony, sendo diretamente ligada ao seu cérebro. O arco Extremis mostra que os conflitos nem sempre se resumem à homens em armaduras ou na falta de humanidade presente em Tony Stark. Mostra que certos detalhes podem ser alterados para mostrar toda a grandiosidade que tal personagem sempre teve, mas nem sempre foi transparente. Em Extremis, Warren Ellis nos mostra um novo Homem de Ferro, embora do mesmo modo do qual sempre o conhecemos: Invencível e genial.




Por Júlia Fernandes Lima


0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page