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[Resenha]: Protagonistas excêntricos e complexos em Doutor Estranho – Deus da Magia


Marvel Legado é a nova fase da Casa das Ideias nos quadrinhos aqui no Brasil que se iniciou no finalzinho do ano passado e começou a ganhar corpo nesse mês de janeiro de 2019. Com vários personagens recebendo seus títulos, fica difícil escolher um deles para resenhar (e quase impossível comprar todos com o novo reajuste de preço da Panini), por isso resolvi escolher a obra que mais gostei até o momento para indicar leitura: Doutor Estranho – Deus da Magia.


Mas vale a pena mencionar que o título do Demolidor de Charles Soule e Cavaleiro da Lua de Max Bemis, são também muito bons! Curiosamente a Panini não zerou os volumes de suas mensais, Demolidor segue normalmente seguindo para o número 17, assim como Cavaleiro da Lua que inicia essa nova fase a partir do número 7.


Doutor Estranho – Deus da Magia é um quadrinho de 112 páginas com história fechada envolvendo dois personagens que se tornaram queridinhos do universo Marvel nos últimos tempos: Stephen Strange, o protagonista, obviamente, e o Deus da Mentira, Loki de Asgard. Ter esses dois como pilares de uma trama já assanha por si só a curiosidade do leitor. Ambos são personagens excêntricos e complexos, então dá para se esperar que a relação entre eles será pelo menos interessante, extrapolando a razão e as leis do multiverso. E, bem, o roteirista Donny Cates, consegue com êxito corresponder a essa expectativa, mas de uma maneira um pouco diferente, capaz de nos surpreender.


Aqui, o escritor que é um dos prediletos da editora na atualidade, mostra o quanto é versátil. Através de um enredo muito bem montado e intrigante, ele usa um humor afiado para intervalar com situações egoístas do protagonista que vira e mexe surge a cada página. Afinal, estamos falando de um mundo de magia, onde as coisas podem ser facilitadas por uma rápida conjuração. Donny Cates sabe brincar com isso, e a maneira que ele incorpora um Stephen Strange do passado, quando o mesmo era um médico um tanto que arrogante, é sensacional! Então, sim, classifico essa história como uma comédia dramática do Doutor Estranho, o que é uma grata surpresa por ser gostoso de ler!


Dando uma rápida passagem pela sinopse: se você não está por dentro da linha temporal da revista Doutor Estranho, apenas saiba que o mundo mágico está em crise. Agora, imagine que Stephen não é mais o Mago Supremo, e que em seu lugar está Loki, o famoso Deus Nórdico da Trapaça como Guardião de nosso plano. Não precisa mais imaginar, pois é exatamente isso que acontece nesse quadrinho. E aí? Qual a primeira questão que surge na sua cabeça? Na minha foi: Ok, mas qual o real objetivo de Loki com isso?


Pois é, normal duvidar das intenções de alguém como Loki. Na verdade, todo mundo está com o pé atrás com novo protetor do Sanctum Sanctorum, menos é claro, seu antecessor, Stephen Strange, que agora se vê como um aposentado das artes místicas e tenta retomar uma vida normal, ainda ajudando os outros com seu conhecimento médico… à sua maneira. Será que Loki finalmente está tentando mudar e fazer o bem, ou existe um segredo por trás de tudo?


É exatamente nessa suspeita que a arte do incrível Gabriel Hernandez ganha notoriedade. O cara sabe como desenhar e desenvolver expressões, confundindo o leitor que não consegue desvendar se há mentira nas palavras de seus personagens, principalmente às de Loki, que por mais de uma vez precisa se defender de acusações maldosas de seus colegas e de Thor, mesmo realizando boas ações como enfrentar inimigos de vários planos, exercendo com maestria sua nova profissão.


Mas é claro que o filho adotivo de Odin não é chamado de Deus da Mentira à toa. Stephen Strange se vê diante de uma situação desesperadora (embora fútil e egoísta), mas sem nenhum poder para confrontar tamanho desafio. É iniciado um caminho para retomar o que era seu por direito, o título de Mago Supremo! E ele fará isso nem que tenha que colocar tudo em risco com planos que não são assim tão inteligentes. É aí que entra um personagem muito importante na trama, no qual ninguém está esperando. Não contarei para não estragar a surpresa, mas é a primeira vez que gosto de ver tal herói sendo trabalhado numa subtrama. Parabéns ao Cates. 


Outro personagem que gostei muito e que posso falar abertamente é Bats, um cachorro falante! Sim, ele fala. É muito engraçado quando ele entra em cena, o melhor alívio cômico disparado. Mas ele não está lá somente para que você dê risada. Bats possui suma importância em toda a história.


Talvez não seja um quadrinho genial a ponto de virar um clássico, mas a ideia de Loki como Mago Supremo tem enorme potencial. Além disso, é uma história curta e com certeza divertida para ler numa tarde ou fim de noite. Um dos melhores dessa nova fase Legado da Marvel, que serve como uma extensão para o Flesh Start que muito em breve aparecerá por aqui.


Indispensável para fãs do Doutor Estranho e Loki, que sai nas bancas pelo preço de 18,90 reais.

Boa leitura!

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